Adilson Taipan, o Poeta do Povo e do Botafogo, surgiu desprevenidamente na minha vida através da sua pena mágica. Displicentemente desfolhei as páginas dos seus dois primeiros livros de poesia: não deparei com nenhum estilo conhecido, com nenhum traço poético vincado. Mas para quem compra todos os livros sobre o Botafogo de Futebol e Regatas, não poderia furtar-me a adquirir as primeiras obras de Adilson Taipan.
Os seus livros fizeram a viagem transatlântica América do Sul – Europa e acabei em Lisboa lendo Adilson Taipan. Poeta do Povo…. E ainda por cima do Botafogo… Quem diria… Quem raio de homem é este que se acha Poeta do Povo e do Botafogo?... Abri o 1º livro. Então iniciei a leitura…
Adilson começou pela génese, sugerindo que “dizem que o contraste surgiu / Quando o Deus sol fecundou a lua. / Um negro escravo ao se lavar no rio / Nadou nas águas brancas da filha do Senhor.”
“Dizem que uma criança teve uma luz e misturou”, e o Botafogo passou a ser a gênese de tudo e a razão de todas as coisas quando o poeta escutou “que existia futebol” e perguntou “a um moço aleijado / Que estava uniformizado” sobre “as cores mágicas” de um bando “correndo atrás da bola”: - “É o Botafogo, gente boa!”
E desde aí o contraste tomou conta do poeta: “Que coisa é essa? / Só dá Botafogo na minha cabeça. / (…) Só falo e vejo Preto e Branco. / Será que sou daltônico?”
Tudo indica que não seja daltônico, mas talvez seja um poeta alucinado desde o instante em que passou a torcer por “uma zebra louca entre cavalos comportados.”
Começou logo a escrever. Desde criança. Poesia. Poesia para o Botafogo: “Muitos entraram no Botafogo com os pés / Consegui com as mãos / Por favor! / Não me escalem como goleiro / Sou Poeta!”
Rui Moura
Professor universitário e editor do blog Mundo Botafogo
Lisboa, março de 2012
Autor(es): Adilson Taipan
Editora: @livrosdefutebol
ISBN:
Lançamento: 2013
Páginas: 80