O poeta do Botafogo
Vinícius de Moraes, por uma única e escassa citação ao Botafogo em um de seus poemas, passou décadas conhecido como o poeta do Glorioso. Nos dias de hoje, o poeta do Botafogo é Adílson Taipan, a quem tive o imenso prazer de conhecer nas arquibancadas da vida, acompanhando o alvinegro do dele e do meu coração.
Adílson é um homem simples, apaixonado pelo Botafogo, e, muitas vezes, não consegue externar, durante uma partida, toda a sua alegria nas vitórias. Já o vi nervoso, trêmulo e balbuciante no Engenhão. Fiquei com a impressão – absolutamente correta – de que ele prefere externar sua paixão em seus poemas.
Hoje, inesperadamente, dele recebo a incumbência de escrever essas linhas para seu novo livro. Em sua simplicidade, ele não percebeu que me deu uma enorme responsabilidade. Como um jornalista, como eu, que só está acostumado a escrever textos, vai analisar um poeta popular como Adílson Taipan? É uma difícil tarefa.
Mas ele merece o meu esforço em defini-lo. Nem que seja para retribuir a emoção que já me provocou lendo seus poemas, principalmente aqueles que tratam única e exclusivamente do Botafogo. E é assim, com emoção resguardada, que espero ansioso por seu novo lançamento.
Sei que vou me emocionar – talvez até às lágrimas – com seus escritos. Sei que vou me sentir em campo como se estivesse vestindo a alvinegra da estrela solitária. Mas Adílson merece. Por sua humildade e seu talento de poeta do povo. Vá em frente, Adílson Taipan. Vá em frente e que o Botafogo sempre o inspire a novas aventuras. Conte comigo para o que der e vier.
Mas não exagere em excesso quando suas poesias falarem do Botafogo. Elas mexem demais comigo. E me sinto pequeno em não saber fazer o que você faz. O que fazer? O jornalismo foi cruel comigo. Só me ensinou a escrever direto, sem uma rima, sem talento para brincar com as palavras como você faz.
Obrigado por tudo, amigo.
Roberto Porto
Autor(es): Adilson Taipan
Editora: Edição do Autor
ISBN:
Lançamento: 2008
Páginas: 80