Quando eu era menino, no subúrbio de Quintino, meu sonho era, um dia, vestir a camisa 10 da Gávea. Não imaginava que conquistaria tanto e seria tão realizado com a camisa do Flamengo, mas eu só queria, um dia, vestir aquela camisa mágica do Dida, meu grande ídolo de infância.
Nasci em 1953 e, dois anos depois, o Flamengo foi tricampeão carioca, com o Dida fazendo quatro gols no jogo. Em 1958, ele estava na conquista da Copa do Mundo pela Seleção.
Goleador, com qualidade técnica e elegância, Dida era o grande ídolo da nossa família e eu fui absorvendo esse sentimento. Diziam até que “Dida” foi a primeira palavra que pronunciei!
Lembro que a primeira — ou uma das primeiras — partidas que vi o Flamengo jogar no Maracanã foi a final do Torneio Rio-São Paulo, contra o Corinthians, em 1961. Meus olhos brilharam naquela tarde. Dida foi eleito o melhor jogador da competição e marcou o gol do título completando um cruzamento pela direita. E mesmo quando, dois anos depois, ele saiu do Flamengo para a Portuguesa [de Desportos–SP], segui acompanhando Dida, sempre que podia.
Tive a chance de encontrá-lo algumas vezes até o ano de 2002, quando ele faleceu. E, cada vez que o via, era diferente. Tínhamos quase a mesma altura, mas meu carinho e respeito faziam dele um gigante. E de fato ele foi um dos grandes do nosso futebol. Craque e ídolo.
Zico (Arthur Antunes Coimbra)
Autor: Mario Lima
Editora: www.editoralivrosdefutebol.com.br
ISBN: 978-65-87072-07-4
Lançamento: 2024